Skip to main content

Sofre de enxaqueca? Não está sozinho!

publicado em 22 Jun. 2019

A enxaqueca afeta a humanidade por mais de dois milénios, com uma prevalência estimada de 8 a 15% nos países ocidentais (incluindo Portugal). Surge como a causa mais comum de incapacidade a nível mundial, sendo a 6ª causa mais comum de incapacidade de acordo com a Organização Mundial de Saúde. O facto de atingir pessoas maioritariamente em fase produtiva implica elevados custos socioeconómicos e acarreta um grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados.

 

A enxaqueca é mais frequente em mulheres com idades compreendidas entre os 25 e os 45 anos, mas pode instalar-se ainda na infância. Após os 50 anos de idade é menos vulgar e, neste caso, devem ser excluídas outras causas.

 

Em relação há enxaqueca surgem três questões fundamentais:

O que é?

A enxaqueca caracteriza-se por dor pulsátil geralmente unilateral (mas que pode ser variável na sua localização), de intensidade moderada a severa e que surge muitas vezes associada a sensibilidade à luminosidade, sons e certos odores, náuseas e/ou vómitos e que dura habitualmente 4 a 72h. A dor agrava com a atividade física e alivia com o repouso.

 

Em cerca de 1/3 dos doentes, a crise associa-se a défices neurológicos transitórios tais como perturbações visuais (perda de visão, sensação de visão turva, aparecimento de pontos luminosos, figuras geométricas ou de “zig-zags” no campo visual), sensação de formigueiros ou dormência de um lado da face e/ou corpo, dificuldade em falar ou mesmo paralisia transitória de um dos lados do corpo. Estas alterações têm habitualmente uma duração de 10 – 30 minutos e antecedem a instalação da dor.

Como diagnosticar?

O diagnóstico da enxaqueca baseia-se na história clínica e no exame físico, sobretudo no exame neurológico. Em alguns casos poderá ser necessário complementar a investigação diagnóstica com exames de imagem e de estudos analíticos.

Quais os tratamentos disponíveis?

Devido à melhor compreensão acerca dos mecanismos fisiopatológicos subjacentes à enxaqueca e à consciencialização de que a enxaqueca é uma patologia frequentemente subdiagnosticada e subtratada, com uma grande um impacto na qualidade de vida dos indivíduos por ela afetados, novas formas de tratamentos têm surgido recentemente e estão agora disponíveis. Um dos pilares no tratamento da enxaqueca consiste na prevenção das crises, sendo que para tal é crucial a identificação e correção de eventuais fatores precipitantes, sempre que exequível.

 

Durante a crise de enxaqueca está indicado o repouso num local sossegado e escuro, sendo que os analgésicos, anti-inflamatórios, ati-eméticos e triptanos são muito úteis no controlo agudo da dor.

 

Em casos selecionados poderá ser necessário recorrer a tratamento diário com medicação que se destinam a diminuir a frequência, intensidade e duração das crises de enxaqueca dos quais são exemplos alguns beta-bloqueantes, antidepressivos ou antiepilépticos. A escolha destes deve ser sempre personalizada atendendo ao perfil de cada doente, sob supervisão médica.

Referências
1) Mayo Clinic, Migraine
2) National Headache Foundation
3) American Migraine Foundation
4) Sociedade Portuguesa de Cefaleias