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Tiroidectomia total: remoção completa da Glândula Tiroide

publicado em 27 Abr. 2022

A remoção completa da glândula tiroide (tiroidectomia total) origina sempre muita apreensão nos doentes, pois têm muitas dúvidas sobre como será a sua vida sem tiroide.

 

É muito comum questionarem se vão ter qualidade de vida sem tiroide, a resposta é simA falta da tiroide só por si implica a substituição hormonal e, portanto, a toma diária de um comprimido, em jejum, durante toda a vida, sendo a dose ajustada a cada caso. O ajuste deve ser controlado periodicamente por meio de análises ao sangue.

 

tiroidectomia
Remoção total da tiroide

 

As principais indicações para tiroidectomia total são o cancro da tiroide, suspeita de cancro da tiroide com nódulos bilaterais, bócio volumoso que origine sintomas por compressão de estruturas adjacentes à tiroide, nódulo volumoso que cause sintomas de compressão ou nódulo mergulhante em tiroide com nódulos bilaterais e o hipertiroidismo que não resolve por meios não cirúrgicos. No cancro da tiroide a cirurgia é o único tratamento capaz de levar à cura.

 

As complicações associadas à tiroidectomia total, em mãos experientes, felizmente não são frequentes, mas quando surgem são demasiado sérias pelo que a cirurgia deve ser feita por uma equipa com diferenciação na cirurgia da tiroide. Esta cirurgia é realizada sob anestesia geral e necessita, geralmente, de um internamento de 24 horas.

 

A complicação mais comum é o hipoparatiroidismo. Possuímos quatro glândulas paratiroides, responsáveis pela produção de paratormona, uma hormona que regula os níveis de cálcio no sangue. Geralmente, uma glândula paratiroide é suficiente para manter os níveis de cálcio no sangue normais, daí o extremo cuidado em preservá-las quando a tiroide é removida na totalidade. Quando são lesadas, surge uma diminuição do cálcio no sangue (hipocalcemia) que provoca sintomas como formigueiro nas extremidades (dedos das mãos e pés), cãibras, contrações musculares involuntárias e mesmo desmaios e podem aparecer nos primeiros dias após a cirurgia.

 

Ao lado da tiroide passam dois nervos importantes para a fala que se lesados originam alterações da voz e deglutição. Quando é feita uma tiroidectomia total, esses nervos devem ser preservados, muito raramente existe necessidade de serem retirados, no caso da invasão por cancro da tiroide. Devido à manipulação cirúrgica para libertar a tiroide, os nervos podem não funcionar nos primeiros dias de pós-operatório, causando alteração na voz e rouquidão transitória.

 

A hemorragia tem uma incidência muito baixa mas quando surge pode ser perigosa por compressão da via aérea edeve ter intervenção imediata. Outras complicações menos graves são: seroma (acumulo de liquido no espaço ocupado pela tiroide) que pode obrigar a algumas aspirações e resolve sem sequelas, a infeção que obriga ao uso de antibióticos e, por vezes, necessita de incisão de drenagem e o queloide na cicatriz, uma vez surgindo o queloide pode ser travado e atenuado quer com a aplicação de silicones, em fases precoces, quer com o uso de laser na cicatriz.