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Tuberculose: o que precisa de saber

publicado em 24 Mar. 2021

A tuberculose é uma doença infeciosa que afeta com maior incidência o tecido pulmonar, mas também pode causar doença do sistema nervoso, rins, ossos e tecido linfoide. O agente microbiano primário, Mycobacterium tuberculosis, transmite-se, habitualmente, por via inalatória e caracteriza-se mais frequentemente pela formação progressiva de granulomas pulmonares, fibrose e cavitações, muitas vezes originando sequelas a longo prazo. Depois de se estabelecer nos pulmões, pode desenvolver-se e causar doença ativa ou permanecer num estado de latência (podendo, mais tarde, por resposta inadequada ou comprometida do sistema imunitário, causar doença ativa).

 

É um problema de saúde pública global, habitualmente associado à pobreza, desnutrição, elevada densidade populacional e cuidados de saúde menos otimizados. É estimado que afete quase 1/3 da população mundial e continua a ser uma das causas mais elevadas de mortalidade, quando não diagnosticada e tratada.

 

Em Portugal, a tuberculose faz parte da lista de doenças de declaração obrigatória e, para a notificação e monitorização de doentes, são utilizadas duas plataformas: o SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), mais frequentemente utilizada para registo de casos suspeitos, e o SVIG-TB (Sistema de Vigilância do Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose), que permite uma atenção mais detalhada dos casos de tuberculose ativa e de infeção latente. Segundo o relatório mais recente, publicado pela Direção-Geral de Saúde (DGS), relativo aos dados de 2018, a taxa de notificação da tuberculose continua a diminuir. Nesse ano, a taxa de notificação foi de 16.6 casos por 100 mil habitantes e os distritos de Lisboa e Porto continuam a ser os distritos com a taxa de notificação mais elevada.

 

Os sintomas da doença são, geralmente, inespecíficos numa fase inicial, nomeadamente fadiga, fraqueza, perda de apetite, perda de peso, temperatura subfebril e suores noturnos. Quando o envolvimento é pulmonar, a tosse começa a ser frequente, por vezes com produção de expetoração, ocasionalmente com vestígios de sangue.

 

Avaliação médica criteriosa, estudo imagiológico pulmonar e análise microbiológica da expetoração são a sequência-chave para o diagnóstico precoce e um tratamento correto.

 

O tratamento é, habitualmente, feito durante 6 a 12 meses, utilizando um esquema composto por vários fármacos, nomeadamente os de primeira linha, como a Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida e Etambutol.

 

Os doentes com tuberculose são, geralmente, seguidos em consulta hospitalar de Pneumologia, Infeciologia ou Medicina Interna ou nos Centros de Diagnóstico Pneumológicos, que são unidades de saúde diferenciadas nesta área médica, localizados em vários pontos do território nacional.