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Vacinas recentes para a prevenção de infeções respiratórias potencialmente graves

publicado em 09 Mai. 2024

No contexto pós pandemia COVID-19, urge salientar as opções mais recentes para outras infeções não menos importantes na população com 18 ou mais anos de idade: a Infeção pelo Vírus Sincíclia Respiratório e a Pneumonia Pneumocócica.

Infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório

O que é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e quais as suas complicações?

O VSR é um vírus que causa uma importante proporção de infeções respiratórias, geralmente ligeiras em adultos, mas que em determinadas populações podem ser particularmente graves, nomeadamente em idosos, doentes com imunossupressão (sob imunossupressores, doentes transplantados, por exemplo) ou naqueles que têm patologia cardíaca ou respiratória crónica, diabéticos, doentes renais ou hepáticos crónicos. O pico de infeções ocorre entre os meses de outubro e maio e geralmente apresenta-se com os seguintes sintomas: congestão, escorrência nasal e dor de garganta. Nos casos mais severos causa pneumonia extensa, apresentando uma mortalidade proporcionalmente superior aos casos graves de infeção pelo vírus Influenza. Atualmente dispomos apenas de medidas de suporte, ou seja, não dispomos de nenhum tipo de opção que trate a infeção.

 

De que vacinas mais recentes dispomos para a sua prevenção?

Existem duas estratégias:

  • Vacina bivalente recombinante – indicada para adultos com idade igual ou superior a 60 anos, assim como grávidas para a prevenção de infeções respiratórias baixas em recém-nascidos até aos 6 meses de idade. Esta vacina contém duas proteínas víricas da superfície do VSR (daí o nome bivalente). Necessita apenas de uma administração.
  • Vacina recombinante adjuvada – indicada para adultos com idade igual ou superior a 60 anos, na prevenção de infecções graves por VSR. Esta vacina contém um adjuvante para otimizar uma resposta de imunidade posterior. Necessita apenas de uma administração. Com excepção das situações de gravidez, não existe uma recomendação formal para privilegiar uma vacina em detrimento de outra.

Pneumonia Pneumocócica

O que é a Pneumonia Pneumocócica e quais as suas complicações?

É causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae, sendo esta a principal causa bacteriana de pneumonia, com mortalidade de até 30% em doentes hospitalizados. As populações em maior risco são os extremos etários (crianças e idosos). São fatores de risco para a pneumonia por este agente as infecções víricas, o abuso de álcool, tabagismo, doença pulmonar obstrutiva crónica, insuficiência cardíaca, esplenectomia (remoção cirúrgica do baço), imunossupressão (por exemplo, infecção VIH, neoplasias hematológicas, doenças autoimunes, doentes transplantados, hemodialisados). Geralmente apresenta-se com os seguintes sintomas: febre, tosse, expectoração, arrepios e dor torácica. Em casos mais graves (doença invasiva) pode causar derrame pleural, abcesso, disseminação sistémica da infecção (sépsis), meningite, endocardite, entre outras, podendo mesmo ser fatal. O tratamento baseia-se na utilização de antibióticos.

 

De que vacina dispomos mais recentemente para a sua prevenção?

A forma mais eficaz de prevenção da pneumonia pneumocócica é a vacinação e destaca-se nesta publicação a Vacina pneumocócica conjugada 20-valente. Consiste na utilização de polissacarídeos de 20 serótipos diferentes de S.pneumoniae e está indicada, na população adulta, para a prevenção de pneumonia e de doença pneumocócica invasiva. Administra-se em dose única e não está estabelecida a necessidade de revacinação posterior. Esta vacina não se encontra contraindicada nos casos de vacinação prévia com vacinas pneumocócicas 13 e 23-valente.

 

Assim, saiba que a prevenção destas duas patologias é fundamental para o seu bem-estar e qualidade de vida, em especial se padecer de alguns dos fatores de risco previamente referidos. Na consulta de Medicina Interna encontra profissionais com capacidade de esclarecer e recomendar estratégias de vacinação adequadas.