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A enxaqueca não tem que ser um pesadelo

publicado em 09 Mai. 2021

A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça muito frequente. Afeta maioritariamente mulheres em idade fértil, mas pode também afetar homens e até crianças. A enxaqueca é a maior causa de incapacidade na faixa etária dos 15 aos 49 anos de idade, precisamente a idade mais exigente em termos de produtividade formativa e laboral.

 

Ao contrário da crença comum, a enxaqueca não é “só uma dor de cabeça”, pois além de se manifestar com dor intensa, apresenta múltiplos sintomas associados. A crise de enxaqueca, geralmente, inicia por um pródromo, com alterações de sono, do apetite e do humor. Depois pode haver uma fase de aura, cujos sintomas mais frequentes são visuais (pontos brilhantes, manchas, “ondas de calor”), mas podem ser muito variados. Depois ou durante a aura começa a dor de cabeça, geralmente intensa, acompanhada de náuseas (enjoo), vómitos, sensibilidade à luz, ao barulho, aos odores e ao movimento. Esta fase é, muitas vezes, incapacitante, obrigando a um recolhimento, tantas vezes incompreendido, o que leva a pessoa a sofrer em silêncio e a suportar situações desagradáveis no local de trabalho. Depois da fase da dor de cabeça pode haver uma fase pós-drómica, em que a pessoa ainda não se sente totalmente recuperada, incluindo sensação de fadiga, falta de concentração ou alterações do sono.

 

A enxaqueca varia em frequência, desde poucos episódios por ano até dor diária. Quando a dor está presente em mais de metade dos dias do mês, classifica-se como crónica, sendo mais incapacitante e mais desafiante em termos de tratamento. Os sofredores de enxaqueca crónica têm, muitas vezes, um quadro arrastado através de anos ou mesmo décadas de dor frequente, às vezes diária, com um impacto terrível em termos profissionais, pessoais, sociais e psicológicos. Esta condição causa também, compreensivelmente, elevados níveis de stress, ansiedade e até depressão. Muitas vezes existe um medo constante de ter uma crise, de ficar incapacitado no local de trabalho, receio de sair para convívios sociais ou ficar impedido de gozar umas férias relaxantes.

 

Existem dois tipos de tratamento para a enxaqueca:

 

  • Tratamento agudo, cujo objetivo é parar a crise rapidamente;
  • Tratamento profilático, cujo objetivo é prevenir as crises, diminuir a sua incapacidade e melhorar a resposta ao tratamento agudo.

 

O tratamento profilático da enxaqueca inicia-se, geralmente, por medicamentos orais, mas, quando estes falham, existem alternativas, como as injeções de toxina botulínica (Botox®). Este tratamento consiste na injeção superficial do medicamento em vários pontos da cabeça, pescoço e ombros, está aprovado no tratamento da enxaqueca crónica (dor em mais de 15 dias por mês), é seguro e eficaz na maioria dos casos. Mais recentemente foram aprovados medicamentos à base de anticorpos que bloqueiam uma das estruturas responsáveis pela origem das crises. Este medicamento é administrado mensalmente, com auxílio de uma caneta auto-injetora, aprovado no tratamento de adultos com pelo menos 4 dias de enxaqueca por mês. É um tratamento de fácil administração, seguro e bem tolerado, desconhecendo-se efeitos laterais graves.

 

Se sofre de enxaqueca, aconselhe-se com um Neurologista. No Trofa Saúde está disponível uma consulta de Neurologia especializada em dores de cabeça, onde estão disponíveis todos os tratamentos para a enxaqueca.