As infeções do trato respiratório podem ser divididas em infeções do trato respiratório superior (otite, rinossinusite, amigdalite, faringite, tonsilite) e do trato respiratório inferior (bronquite aguda, pneumonia). Podem ser causadas por diferentes agentes infeciosos, tais como vírus e bactérias. Encontram-se entre as doenças infeciosas mais comuns em todo o mundo, sendo um problema de saúde significativo causando uma elevada morbilidade e mortalidade, sobretudo nos idosos e pessoas com doenças crónicas.
O inverno é a altura do ano em que as infeções respiratórias são mais frequentes, causando maior impacto nos serviços de saúde com aumento do número de episódios de serviço de urgência e internamentos. A maior incidência de casos de gripe está associada ao aumento do número de infeções do trato respiratório neste período do ano. Em algumas pessoas podem ocorrer infeções respiratórias recorrentes com necessidade frequente de toma de antibióticos, que pode acarretar ao longo do tempo maior risco de aquisição de resistência aos antimicrobianos.
Atendendo à sua elevada frequência e morbilidade, medidas preventivas tornam-se fundamentais para reduzir o risco de contrair infeções respiratórias e as suas complicações, sendo particularmente importantes em pessoas idosas, com doenças respiratórias ou outros problemas de saúde crónicos. A adoção de medidas que promovem um estilo de vida saudável são importantes neste âmbito, incluindo-se a evicção tabágica, consumo moderado de bebidas alcoólicas, alimentação saudável e exercício físico regular.
A vacinação é um dos pilares da Medicina que permitiu reduzir a incidência de muitas doenças infeciosas por todo o mundo, incluindo as infeções respiratórias. Em 2020, no contexto da pandemia COVID-19, tornou-se ainda mais evidente a importância da vacinação. A vacinação contra o vírus influenza (vacina da gripe) está entre uma das medidas mais importantes para reduzir o risco de infeções respiratórias, sendo fortemente recomendada em pessoas de maior risco. A vacinação antipneumocócica está também recomendada como medida para reduzir o risco de pneumonia pneumocócica grave e doença invasiva pneumocócica (reduz o risco de doença grave causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae).
Por fim, em pessoas com infeções recorrentes do trato respiratório pode ser recomendada a utilização de agentes imunoestimulantes de origem bacteriana (administrados por via oral ou sublingual), utilizados como medida adjuvante que tem potencial de estimular o sistema imunológico inato na proteção contra as infeções respiratórias. Como diz o ditado popular: “mais vale prevenir do que remediar”.
