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Rosácea: como se manifesta e como tratar

publicado em 28 Fev. 2022

A rosácea pode acometer crianças, adultos e idosos, é mais frequente nas pessoas de pele clara e possui manifestações clínicas que variam desde uma pele sensível aos cosméticos, vermelhidão facial transitória ou duradoura, presença de vasos sanguíneos dilatados, edema, descamação, aspereza e sensação de ardência da pele do rosto, até lesões inflamatórias que simulam acne.

A rosácea é uma doença inflamatória crónica da pele, de causa desconhecida, e uma das dermatoses mais frequentes nos consultórios de Dermatologia, que pode comprometer significativamente a qualidade de vida de seus portadores. Tem origem multifatorial, com fatores genéticos e ambientais envolvidos, possuindo diversas opções terapêuticas específicas para cada doente.

Uma das principais caraterísticas da rosácea é a possibilidade dos seus sinais e sintomas (principalmente o flushing, caraterizado pela vermelhidão da pele) serem desencadeados por fatores ambientais ou hábitos de vida, ditos fatores desencadeantes. Entre estes, os mais comuns são:

 

exposição solar
• stress emocional
• clima quente
• exercícios físicos intensos
• consumo de álcool
• banhos quentes
• clima frio
• alimentos condimentados ou picantes,
• humidade
• certos produtos para o cuidado da pele,
• bebidas quentes
• cosméticos
• medicamentos.

 

A doença pode acometer crianças, adultos e idosos, é mais frequente nas pessoas de pele clara e possui manifestações clínicas que variam desde uma pele sensível aos cosméticos, vermelhidão facial transitória ou duradoura, presença de vasos sanguíneos dilatados, edema, descamação, aspereza e sensação de ardência da pele do rosto, até lesões inflamatórias que simulam acne.

 

A rosácea ocular é frequentemente negligenciada. A sua incidência não está diretamente relacionada à gravidade das lesões cutâneas, ou seja, doentes com formas leves de rosácea podem ter sintomas oculares da doença, como descamação e comichão nas pálpebras, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, conjuntivite e o chamado “olho seco”.

 

A abordagem diagnóstica adequada e o tratamento precoce e individualizado por um dermatologista podem minimizar os sinais e sintomas e impedir a evolução da rosácea para a sua forma mais grave – a rosácea fimatosa –, mais comum nos homens e na qual ocorre proliferação de tecido fibroso e de glândulas sebáceas, principalmente no nariz, com aumento expressivo do seu tamanho (rinofima) e cujo exemplo mais conhecido é o nariz de Cyrano de Bergerac, imortalizado no cinema por Gèrard Depardieu.

 

O uso de máscaras e o stress associados à pandemia de COVID-19 parece estarem a contribuir para o agravamento dos sintomas dos doentes com rosácea. Apesar da impossibilidade de cura, há tratamentos tópicos e orais, além de lasers e outras tecnologias, que, aliados ao controlo dos fatores desencadeantes, proporcionam excelentes resultados, com possibilidade de longos períodos de remissão e impacto positivo na qualidade de vida.