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Fobia específica e fobia escolar na infância e adolescência

publicado em 03 Jun. 2022

As perturbações fóbicas podem começar em qualquer idade, mas o início ocorre tipicamente durante a infância. Estudos indicam que as fobias específicas são mais prevalentes na infância, enquanto a Fobia Social apresenta uma prevalência superior durante a fase de adolescência.

 

O termo Fobia Específica define-se, na infância e adolescência, como o medo acentuado e irracional de objetos ou situações específicas que não representam perigo real (a título de exemplo, animais ou situações). Estas fobias consistem em medos irracionais que causam sofrimento ou situações de evitamento, cuja gravidade é suficiente para interferir nas normais atividades do quotidiano.

 

Estima-se que entre 5% e 10% das crianças apresentem um diagnóstico de Fobia Específica grave o suficiente para afetar o funcionamento diário, contudo, menos de 10% são identificadas e procuram tratamento.

 

Um dos fatores de risco associados à Fobia Específica é um temperamento inibido, para o qual concorre o facto de existirem cognições distorcidas subjacentes aos sintomas de ansiedade.

 

A ajuda que os cuidadores podem disponibilizar à criança consiste num processo psicoterapêutico, bem como farmacológico, dependendo da severidade da psicopatologia. Neste processo terapêutico devem intervir Psicólogos e médicos (Pedopsiquiatras), de forma a tratar adequadamente os sintomas apresentados.

 

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode, nestes casos, constituir-se como elemento-chave do tratamento. A abordagem da TCC centra-se nos processos de pensamento, com o intuito de substituir ideias negativas por realistas. O objetivo é permitir que as crianças abandonem o pensamento irracional sobre os seus medos e desenvolvam pensamentos neutros, realistas.

 

A avaliação médica (Pedopsiquiátrica) é também importante quando indicada, mediante a severidade da patologia, com eventual indicação farmacológica, inúmeras vezes.

 

A Fobia Escolar é uma forma de manifestação de Perturbação de Ansiedade Social. A apresentação clássica envolve a preocupação da criança ou do adolescente, sobre o que os pares e os adultos possam pensar sobre si.

 

O diagnóstico é, então, com base na observação de que essas crianças e adolescentes parecem autoconscientes e desconfortáveis em ambientes sociais. Para serem diagnosticadas, as crianças devem sentir desconforto com os colegas e não apenas com os adultos. O tratamento passa, igualmente, por uma abordagem cognitivo-comportamental e farmacológica, quando indicada.

 

De uma forma geral, o tratamento das fobias passa pela psicoeducação, em ajudar a criança a entender a sua condição e identificar sintomas, pelo treino de relaxamento e ensinamento de estratégias cognitivas de não evitamento, bem como por uma reestruturação cognitiva. Quando indicado, o tratamento pode passar, concomitantemente, por uma abordagem farmacológica.