A esquizofrenia é um transtorno mental crónico e complexo que afeta a forma como a pessoa pensa, sente e percebe a realidade. Caracteriza-se por episódios de psicose, perda de contacto com o real, alterações cognitivas e mudanças comportamentais significativas. Embora seja uma condição séria, a esquizofrenia pode ser controlada com tratamento adequado, permitindo que muitos doentes levem uma vida estável e funcional.
As causas da esquizofrenia ainda não são totalmente conhecidas, mas a ciência mostra que a doença resulta de uma combinação de fatores biológicos, genéticos e ambientais.
Fatores biológicos e genéticos:
Alterações neuroquímicas, especialmente envolvendo dopamina e glutamato
Histórico familiar de esquizofrenia ou outras psicopatologias
Alterações estruturais ou funcionais no cérebro
Fatores ambientais e de risco:
Complicações na gravidez ou no parto
Exposição pré-natal a infeções virais
Situações de stress intenso ou eventos traumáticos
Urbanização e isolamento social (associados a maior risco)
A esquizofrenia apresenta sintomas variados, que se dividem em grupos distintos:
Sintomas positivos: (ganho de funções anormais)
Delírios (crenças falsas que não correspondem à realidade)
Alucinações, geralmente auditivas
Pensamento desorganizado
Comportamento desorganizado ou agitação
Sintomas negativos: (perda ou redução de funções normais)
Falta de motivação
Redução da expressão emocional
Dificuldade em manter relações sociais
Sintomas cognitivos:
Falhas de memória
Dificuldades de atenção
Problemas de planeamento e organização
Os sintomas podem surgir de forma gradual e variar em intensidade ao longo da vida.
O diagnóstico é essencialmente clínico e realizado por um psiquiatra, com base na observação dos sintomas e na evolução do comportamento do doente.
Avaliação diagnóstica inclui:
Entrevista clínica detalhada
Histórico pessoal e familiar
Observação dos sinais durante um período mínimo de seis meses
Exclusão de outras condições médicas ou psiquiátricas
Exames complementares:
Exames laboratoriais para descartar causas orgânicas
Ressonância magnética ou tomografia (apenas quando necessário)
Não existe um exame único que confirme a esquizofrenia; o diagnóstico é construído com base no conjunto de evidências clínicas.