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Pólipos e pedra na vesícula biliar: o que fazer?

publicado em 11 Jul. 2022

A vesícula biliar é um órgão (situado na face inferior do fígado) que pertence ao sistema digestivo e cuja principal função é concentrar, armazenar e, após ingestão de alimentos, excretar a bile através das vias biliares até ao intestino delgado, de forma a favorecer a digestão das gorduras.

 

Algumas situações podem interferir com o seu normal funcionamento, como a pedra na vesícula (litíase): a doença mais comum das vias biliares. Em geral, é duas a três vezes mais comum na mulher do que no homem e a prevalência aumenta com a idade.

A pedra na vesícula pode levar ao aparecimento de determinados sintomas, como dor intensa localizada no lado direito do abdómen (podendo estender-se para as costas, peito e para o restante abdómen), náuseas e vómitos.

Podem ocorrer complicações, como a colecistite (inflamação da vesícula), a colangite (inflamação das vias biliares) ou a pancreatite (inflamação do pâncreas); nestes casos, a dor é mais forte e mais prolongada, podendo surgir febre ou pele/olhos amarelos (icterícia). A pedra na vesícula associa-se a um aumento do risco de cancro da vesícula, contudo, este tipo de cancro é raro.

 

A pedra da vesícula assintomática, menos de um quarto dos doentes virá a ter sintomas ou complicações na década subsequente ao diagnóstico, pelo que não há necessidade de tratamento. No entanto, o mesmo deve ser ponderado no caso de múltiplos cálculos de pequenas dimensões, dado o risco de surgirem complicações, potencialmente graves, em particular associadas à migração dos cálculos para as vias biliares.

Os doentes sintomáticos (cólica biliar) devem recorrer ao médico de Cirurgia Geral para uma pronta avaliação clínica, estudo etiológico (nomeadamente estudo analítico e ecografia) e adequado tratamento.

A cirurgia para retirar a vesícula (colecistectomia) é o tratamento ideal da pedra na vesícula (a falta da vesícula não causa problemas importantes). A técnica Gold Standard é a colecistectomia laparoscópica que consiste na remoção da vesícula biliar de modo minimamente invasivo. Esta cirurgia pode ser feita em regime de ambulatório, ou seja com estadia hospitalar inferior a 24 horas, ou então em regime de internamento que, por norma, tem uma duração de dois dias (uma noite).

A mudança de hábitos também é sempre benéfica, como medidas dietéticas que visam evitar gorduras e aumentar a ingestão de vegetais e frutas.

Os pólipos da vesícula consistem em lesões que crescem no interior deste órgão e que por norma resultam de um excesso de colesterol na bile ou de inflamações crónicas. São lesões assintomáticas e por conseguinte são diagnosticadas incidentalmente quando se realizam ecografias abdominais por outros motivos. Pertencem ao conjunto de doenças benignas da vesícula biliar, contudo, a partir dos 10 mm (1 cm), podem apresentar malignidade. Nem sempre têm indicação cirúrgica, é importante avaliar o tamanho da lesão, o tipo de crescimento do pólipo e a idade do doente.