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Cirurgia da coluna: dos medos aos avanços tecnológicos e sucessos

publicado em 06 Jul. 2020

Ainda existe um medo que, felizmente, é cada vez mais infundado sobre a cirurgia da coluna. Há décadas atrás, esta cirurgia era percecionada como muito difícil e perigosa, com riscos de complicações graves, como incapacidade motora e de difícil recuperação, com pós-operatórios muito dolorosos e recuperações muito demoradas.

 

Com o avanço das técnicas e de equipamentos, hoje em dia a cirurgia de coluna é muito segura, com baixas taxas de complicações e com recuperações muito rápidas. Veja-se, por exemplo, que na maior parte destas cirurgias o doente é estimulado a caminhar no dia seguinte e tem alta em 24 horas após a cirurgia, podendo retomar a vida normal, como fazer caminhadas e até conduzir.

 

No entanto, o medo desta cirurgia ainda está muito enraizado na nossa sociedade, fazendo com que muitas pessoas prefiram conviver com a dor a serem operadas. Atualmente, não existe motivo para este medo.

 

Quando a cirurgia está indicada, o adiar da situação poderá colocar a pessoa numa situação de dor crónica, cada vez mais difícil de tratar, com necessidade de medicação diária, que vai perdendo o efeito, obrigando à mudança para medicamentos mais fortes e com mais efeitos colaterais, que não resolvem o problema de base.

 

Neste momento, existe uma multiplicidade de tratamentos para a dor. Para além da cirurgia, infiltrações, radiofrequências, tratamentos com laser ou com ozono, são opções terapêuticas que em situações específicas podem melhorar a qualidade de vida destes doentes.

 

As indicações para cirurgia prendem-se sobretudo com situações de dor irradiada pelos membros e/ou quando existe diminuição de força a nível dos movimentos dos membros, sendo que nesta situação a cirurgia deve ser realizada rapidamente, pelo risco da demora no tratamento diminuir a capacidade de recuperação do doente. Quando bem indicada e atempadamente feita, a cirurgia tem uma taxa de sucesso muito elevada, com recuperações completas.

 

Em relação às técnicas cirúrgicas, existe uma evolução para técnicas menos invasivas, com cortes menores, e o material utilizado (nomeadamente próteses e parafusos) é de menor tamanho, maior qualidade e alta performance, conferindo maior segurança para estes doentes.

 

As cirurgias mais efetuadas incluem as de hérnias de disco ou de compressão do canal medular, cujo tratamento evoluiu muito desde o final dos anos 90, com o aparecimento de parafusos e próteses de disco. Os novos materiais permitem fazer cirurgias mais complexas de maneira mais rápida e segura, com resultados excelentes. Do ponto de vista biomecânico, também existe uma preocupação em preservar a coluna, de modo a tentar adiar o seu desgaste futuro.

 

Para finalizar, é importante que as pessoas com dor incapacitante de coluna sejam avaliadas por um especialista com conhecimento da multiplicidade de tratamentos disponíveis para tratar a dor, no sentido de encontrarem o tratamento mais adequado para cada caso.