A Menopausa, definida pela última menstruação, constitui um período de enormes adaptações. Tendo como idade média os 51 anos, é considerada precoce antes dos 45.
É reconhecido hoje que as modificações desta etapa se iniciam anteriormente e se prolongam, constituindo este tempo a Perimenopausa.
A transição para esta fase da vida constitui uma fase de adaptação do eu perante novas realidades, algumas definitivas como a terminação da fertilidade e das menstruações, outras nem sempre presentes, mas que se poderão tornar incapacitantes, como sintomatologia vasomotora (“os calores”), insónia, alterações do humor ou da concentração, modificações corporais e na esfera sexual.
Assim sendo, o primeiro passo será adquirir a consciência do gradual desenvolvimento de mudanças próprias e comuns a todas as mulheres, encarando-a com normalidade, não caindo no engano de minimizar as suas ações e consequências. Torna-se logicamente imperativa uma discussão aberta das situações vivenciadas, bem como a procura e adesão a cuidados de saúde globais.
O papel do Ginecologista é desta forma evidente, abrangendo a avaliação da clínica e do exame físico até aos antecedentes pessoais, história familiar, fatores de risco, medicações em curso, entre outros. Tal possibilitará a perceção do contexto único de cada mulher, permitindo uma melhor gestão deste período.
Há várias alternativas terapêuticas que podem ser consideradas, não mutuamente exclusivas, que vão desde o estilo de vida, a terapêuticas comportamentais e hormonais. O objetivo primordial será o mesmo: ajudar a conhecer e aceitar as novidades, aumentando a saúde biológica, psicológica e social numa época de desafio.
A terapêutica hormonal, muito diabolizada ao longo das últimas décadas, maioritariamente pela sua utilização fora de indicação e frequentemente não regulada, deverá ser equacionada de forma individual. Nessa avaliação, serão apresentadas as suas formas, ações e benefícios a nível de vários sintomas e sistemas, bem como explicadas eventuais desvantagens.
Independentemente das opções, não se pode esquecer de que a Menopausa aporta também mais-valias: adesão a rastreios, consultas de rotina antes esquecidas e nova perspetiva de vida, devendo ser encarada como uma segunda adolescência, sem as ingenuidades da primeira. A sua gestão eficaz traz uma melhoria inequívoca na vida futura, que hoje em dia pode atingir não raramente metade da vida da mulher.
Se se encontra nesta nova fase da sua vida ou se está a entrar na mesma, marque uma consulta com o seu Ginecologista de confiança.