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Cancro de pele: diagnóstico precoce reduz mortalidade

publicado em 27 Jul. 2020

O diagnóstico precoce permite que a grande maioria dos cancros de pele seja curável, pelo que se salienta a importância do autoexame da pele, dos rastreios de cancro cutâneo e das consultas periódicas de dermatologia, sobretudo em doentes de maior risco.

O cancro de pele é a forma mais comum de cancro. Resulta do aparecimento e crescimento de células da pele anormais que adquiriram capacidade de invasão local e/ou metastizar para outras zonas do corpo.

 

A causa mais comum desta forma de cancro é a radiação UV. Salienta-se, desde já, a importância de controlar e minimizar a exposição solar, assim como evitar a frequência de solários. Para além disto, indivíduos com certas caraterísticas, como pele clara, dificuldade em bronzear, múltiplas sardas, múltiplos sinais (nevos melânicos) e um sistema imunológico deprimido (por exemplo, doentes transplantados), podem ser identificados como mais suscetíveis.

 

Existem três tipos principais de cancro de pele: Carcinoma Basocelular (65%), Carcinoma Espinocelular (25%) e Melanoma (8%).

 

O Carcinoma Basocelular é caraterizado pela maior frequência de aparecimento em áreas cutâneas fotoexpostas (muito habitual o envolvimento da face), pelo seu crescimento lento e – só em casos muito raros – ter capacidade de metastizar. É o cancro de pele com melhor prognóstico.

 

No caso do Carcinoma Espinocelular, observa-se também maior frequência em áreas fotoexpostas, sendo, no entanto, uma forma mais agressiva, com capacidade de metastizar para gânglios e órgãos, pelo que apresenta um prognóstico menos favorável. Este tipo de tumor maligno é frequentemente precedido por lesões pré malignas – as queratoses actínicas (muito frequentes na face e couro cabeludo em indivíduos calvos), que quando diagnosticadas e tratadas atempadamente evitam a progressão da doença. Salienta-se aqui a importância do rastreio, principalmente em indivíduos de idade avançada com pele clara e com história de prolongada exposição solar.

 

Por último, o Melanoma, o cancro da pele mais temível, tem origem nos melanócitos, células produtoras de melanina – o pigmento responsável pela cor da pele. A incidência em Portugal é estimada em 10 novos casos por 100 000 habitantes por ano, ou seja, 1000 novos casos por ano. Esta é a forma de cancro mais agressiva, possuindo uma elevada tendência para metastizar rapidamente, podendo levar, por isso, a um desfecho fatal. O diagnóstico precoce torna-se aqui particularmente importante, permitindo baixar a taxa de mortalidade do Melanoma. É também fulcral a vigilância periódica dos sinais da pele através da Dermatoscopia digital computorizada – procedimento realizado pelo médico dermatologista.

 

O diagnóstico do cancro de pele é realizado por suspeição clínica, confirmada por estudo microscópico do material, que é recolhido por biopsia da lesão, sendo este um procedimento simples, realizado com anestesia local, em regime de ambulatório.

 

O tratamento preferencial é a excisão cirúrgica do tumor na sua totalidade. Há outros métodos de tratamento alternativos, nomeadamente medicamentos tópicos, criocirurgia com azoto líquido, terapêutica fotodinâmica, quimioterapia, radioterapia, entre outros.

 

O diagnóstico precoce permite que a grande maioria dos cancros de pele seja curável, pelo que se salienta a importância do autoexame da pele, dos rastreios de cancro cutâneo e das consultas periódicas de dermatologia, sobretudo em doentes de maior risco.

 

Se detetar alguma lesão cutânea, nomeadamente sinais da pele com contornos irregulares, crescimento recente, alteração da coloração, sangramento, comichão ou ulceração de difícil cicatrização, deve recorrer à opinião atempada de um médico dermatologista.