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Não desvalorize a dor crónica articular

publicado em 13 Set. 2019

A dor crónica articular é um dos motivos de recorrência aos cuidados de saúde. Torna-se importante, desde logo, distinguir dor articular resultante de processo degenerativo – osteoartrose, que decorre do desgaste natural das estruturas que envolvem a articulação, da dor articular de carácter inflamatório, que se caracteriza por um inchaço das articulações, calor, rubor e limitação funcional. É sobre estas doenças de cariz inflamatório que este artigo se vai debruçar.

 

São várias as doenças na origem da dor articular de carácter inflamatório que, de maneira muito simples, provocam alteração no nosso sistema imunitário e que, por sua vez, atacam os tecidos do nosso corpo, sendo o envolvimento articular uma dessas manifestações.

 

Estas doenças são comuns em qualquer idade, algumas são mais frequentes nos mais jovens, outras nos adultos, e afetam tanto mulheres como homens. Podem atingir pequenas e grandes articulações periféricas (mãos, punhos, cotovelos, joelhos, …) de modo simétrico ou assimétrico, ou articulações axiais, como a coluna vertebral ou a articulação da bacia.

 

Além da dor articular, que se caracteriza por piorar com o repouso e/ou imobilização prolongada, com rigidez importante, por exemplo, ao levantar-se da cama de manhã, muitas destas doenças são também acompanhadas de sintomas como mal-estar, febre, emagrecimento e perda de apetite. Nestes casos, torna-se importante excluir processos infeciosos e/ou neoplasias. Outras manifestações não articulares também podem estar presentes, isto é, manifestações noutros órgãos, contra os quais o nosso sistema imunitário também vai reagir, como olhos, pele, pulmão, coração, vasos sanguíneos.

 

O diagnóstico destas doenças baseia-se nos sinais e sintomas apresentados, dados laboratoriais específicos e exames imagiológicos. O tratamento com intenção de cura não existe. O tratamento da artropatia inflamatória consiste no controlo da dor e bloqueio da resposta inflamatória do nosso sistema imunitário, de modo a evitar a progressão da doença e danos articulares, preservando assim a funcionalidade das articulações. Torna-se, por isso, importante estabelecer a suspeita e o diagnóstico precoce de artropatia inflamatória, de modo a não atrasar o início da terapêutica e prevenir a lesão articular.