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Avaliação dos fatores de risco cardiovascular

publicado em 13 Fev. 2022

Quando falamos em fatores de risco cardiovascular (FRCV), referimo-nos a condições que contribuem para aparecimento de doença das artérias coronárias (que irrigam o coração), conduzindo assim a determinadas patologias, como, por exemplo, Angina de Peito ou Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM).

Existem 2 grandes tipos de fatores de risco cardiovascular: os modificáveis, nos quais podemos intervir e corrigir, como é o caso da Hipertensão Arterial (HTA), da Diabetes Mellitus, da Dislipidemia (valores elevados de colesterol e triglicerídeos), do excesso peso/ obesidade, tabagismo, sedentarismo, stress exagerado, consumo excessivo de álcool e os não modificáveis, como a idade, sexo e história familiar de doença cardiovascular, que, como o nome indica, em nada podemos alterá-los.

Os vários fatores de risco cardiovascular interagem e potenciam-se, tendo um efeito cumulativo, aumentando de forma considerável a probabilidade de vir a ter doença cardiovascular.

 

Assim se compreende que a abordagem não pode ser generalizada e igual para todos os doentes. Os valores de tensão arterial ou de colesterol que poderão ser considerados ‘normais’ para um doente podem ser muito elevados para outro se estivermos na presença de outros fatores de risco cardiovascular associados ou de doença prévia cardiovascular.

 

Já é sobejamente referido quais os cuidados alimentares e o estilo de vida que devemos adotar para contribuir para uma vida mais saudável e melhorarmos assim os fatores de risco cardiovascular:

  • alimentação pobre em gorduras saturadas, redução de sal e açúcares;
  • prática de exercício físico regular (30-40 minutos/dia de exercício moderado ou 10 –15 min de exercício intenso);
  • evicção tabágica, bom descanso noturno;
  • tempo de lazer;
  • pausas de trabalho regulares.

Sabemos também o quanto é difícil uma mudança de hábitos de vida e a sua continuidade, principalmente se o motivo for condições que a maioria das vezes são silenciosas (FRCV). É por isso que a prevenção primária é uma tarefa árdua de pôr em prática, pois não é fácil ‘provar’ que tais sacrifícios têm impacto real no percurso da sua vida, aumentando mesmo a sobrevida.

 

Neste sentido, e para efetuar decisões individualizadas, utilizamos calculadores de risco (HeartScore), que entram em linha de conta com os vários fatores de risco cardiovascular presentes em cada indivíduo, obtendo uma estimativa da probabilidade do aparecimento das referidas doenças cardiovasculares num prazo de 5 ou 10 anos. Baseado nesse risco, é depois essencial melhorar todos os parâmetros (valores de TA e colesterol, glicose, peso, cessação tabagista, etc.) na perspetiva de reduzir essa probabilidade. O doente deve tomar conhecimento desse valor para que perceba qual o objetivo a atingir com as várias medidas implementadas e com o cumprimento correto da medicação prescrita e aperceber-se em cada consulta do impacto das mesmas, sentindo-se motivado para as manter.