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Depois do Pico da Gripe

publicado em 27 Jan. 2020

Ouvimos a Direção-Geral de Saúde (DGS) anunciar que já estamos na fase “Depois do Pico da Gripe”, que o pior já passou, que o nível de alerta é menor, que os portugueses podem ficar descansados muito graças ao facto de cerca de 2 milhões de cidadãos terem sido vacinados. É verdade que este ano, até ao momento, o número de diagnósticos parece ser inferior ao de anos anteriores, mas se olharmos para a época de Gripe de 2018/2019 em que mais de 3300 pessoas (Ref. 1) faleceram de causa atribuída a esta doença, estarmos na fase “Depois do Pico” não é sinónimo de braços cruzados.

 

Mas o que é a Gripe?
Apesar de ser uma doença tão mediática, diariamente ainda sou confrontado com muita desinformação e falsos mitos por parte de muitos doentes.
A Gripe é o nome dado à doença infeciosa causada pelo Vírus Influenza que afeta principalmente as vias respiratórias, ocorrendo habitualmente entre novembro e março.

 

Como se transmite?
Transmite-se entre pessoas através de partículas de saliva expulsas pela tosse ou espirros, ou por contacto direto através das mãos, contaminadas pelo vírus.

 

Quais são os principais sintomas?
Os sintomas mais frequentes surgem cerca de 2 a 5 dias após o contacto com o vírus. São habitualmente febre, cansaço, tosse irritativa, dores musculares e dores de cabeça, e duram habitualmente 3 a 4 dias. Pessoas que permaneçam em espaços fechados por longos períodos são mais vulneráveis ao contacto com o vírus, nomeadamente infantários, escolas, centros comerciais, hospitais, entre outros.

 

Quais são os riscos?
Há grupos de pessoas onde a Gripe pode ser causadora de outras complicações mais graves, como: diabéticos, asmáticos, transplantados ou doentes cardíacos, renais ou hepáticos.

 

Como tratar?
Durante a fase de sintomas é recomendado repouso, medição regular da temperatura, tratamento da febre com antipirético e reforço da ingestão de água. É raro serem necessárias mais atitudes que estas e é esperado que num espaço de 1 a 2 semanas haja recuperação completa.
Conforme afirmei, estarmos na fase “Depois do Pico” não é sinónimo de braços cruzados. O número de casos de Gripe continua elevado e embora gradualmente a diminuir, as medidas de prevenção devem ser mantidas.
Recorrer aos serviços de urgência hospitalares é muitas vezes desnecessário, mas em caso de dúvida e/ou manutenção das queixas é preferível o contacto com a linha de saúde 24, com os cuidados de saúde primários ou consulta com o seu médico habitual de Medicina Geral e Familiar, Medicina Interna ou Doenças Infeciosas.

 

Se pertence ao grupo de risco acima mencionado, preste especial atenção à doença e aconselhe-se com o seu médico.

 

Ref. 1 – DGS (2019), “Vigilância da Gripe em Unidades de Cuidados Intensivos e Enfermarias na época 2018-2019 em Portugal”