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Disfunções do pavimento pélvico

publicado em 08 Mar. 2017

A Incontinência Urinária e o Prolapso dos Órgãos Pélvicos são as disfunções do pavimento pélvico mais conhecidas, com maior prevalência e cujas taxas aumentam progressivamente com a idade. São reconhecidos diversos fatores de risco, entre os quais gravidez, tipo de parto, cirurgias pélvicas, menopausa, obstipação e obesidade.

 

Incontinência urinária

 

A incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina, que ocorre quando a pressão vesical (força expulsiva) excede a pressão uretral (força de encerramento). Existem três tipos de incontinência cuja prevalência é maior, nomeadamente de esforço (IUE), de urgência (IUU) e mista (IUM). Na IUE, ocorre perda de urina após episódios de aumento da pressão intra-abdominal, como por exemplo tosse ou espirro. A IUU caracteriza-se por perda de urina acompanhada ou imediatamente precedida pela urgência, ou seja, ocorre um forte, súbito e incontrolável desejo de urinar. A IUM resulta da combinação de sintomas das anteriores.

 

Prolapso dos Órgãos Pélvicos (POP)

 

O POP corresponde à “descida” de um ou mais órgãos pélvicos (uretra, bexiga, útero, intestino, cúpula vaginal). Existem vários tipos de prolapso (classificados de acordo com o compartimento vaginal afetado), de graus variáveis e que podem surgir individualmente ou combinados. A sintomatologia pode ser inespecífica e nem sempre se correlaciona com a anatomia ou gravidade do(s) prolapso(s): sintomas vaginais (por exemplo, sensação de pressão ou peso vaginal, perceção de algo a exteriorizar pela vagina, hemorragia); sintomas urinários (incontinência urinária, urgência, sensação de esvaziamento incompleto vesical); sintomas intestinais (incontinência fecal, saída do reto durante ou após evacuação, necessidade de redução manual para evacuar); sintomas sexuais (dor na relação sexual).

 

É crucial na avaliação das pacientes uma história clínica detalhada e exame físico minucioso. A utilização de questionários específicos e a realização de outros exames – analíticos, urodinâmicos ou de imagem – poderá também ser profícua como complemento na apreciação global.

 

A escolha de tratamento depende do tipo e gravidade da disfunção, da sintomatologia inerente e das expectativas da paciente. Poderão estar indicadas abordagens conservadoras (alterações do estilo de vida, reabilitação da musculatura pélvica, fármacos) ou tratamento cirúrgico.