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Não deixe para amanhã o que o médico deve ver hoje

publicado em 27 Jul. 2017

São inúmeros os motivos que levam as pessoas ao médico, e não são menos os que as fazem recorrer a um serviço de urgência. E a verdade é que é fácil para nós, médicos, dizermos que “não era preciso” porque sabemos distinguir o grave do não grave. E também é verdade que há doentes que “deixam andar” a ver se passa e depois “ouvem” a típica frase “devia ter vindo mais cedo”. Pois bem, o que é mesmo importante é saber que sintomas nos devem levar de imediato ao médico que pela sua condição podem significar que algo mais grave se está a passar, e quais os que podem esperar e muitas vezes até serem resolvidos em casa com cuidados simples. Hoje falo de alguns dos mais graves.

 

Quando estamos perante alguns sinais/sintomas como os que estão referidos abaixo (ainda que não de forma exaustiva), a avaliação médica não se deve fazer esperar:

 

Febre alta (>38,5ºC), com intervalos curtos (<6h) apesar de medicação antipirética, associada a tosse com expetoração purulenta (esverdeada ou escura) e/ou falta de ar – sobretudo nas pessoas mais velhas é preciso ter algum cuidado com as infeções respiratórias que muitas vezes evoluem de forma rápida e com complicações sérias;

 

Uma perna inchada em relação à outra, com dor associada e “vermelhão” da pele ou um tom arroxeado – ter uma perna que incha não é muito normal (exceto em algumas doenças) mas se acompanhada por algum destes sinais, deve haver uma avaliação médica a muito curto prazo para exclusão de algumas patologias graves;

 

Dor de barriga persistente, que não alivia e que limita a mobilidade da pessoa, com febre associada e/ou vómitos – estas situações devem ser sempre avaliadas por um médico para exclusão de situações graves muitas vezes cirúrgicas;

 

Dor no peito, sobre o lado esquerdo, tipo “peso” / “opressão” / “aperto”, mal definida, que irradia para o braço ou para a base do queixo ou para a “boca do estômago”, especialmente a partir dos 45 anos de idade nos homens ou 55 anos nas mulheres obriga sempre à exclusão de um eventual enfarte agudo do miocárdio;

 

Dor de cabeça extrema, persistente, com má resposta a medicação analgésica em dose eficaz, associada a vómitos com ou sem febre e prostração;

 

Alteração súbita da capacidade de falar e/ou perda súbita da força num braço ou numa perna e/ou desvio da boca para um lado – estes são sinais que devem levar qualquer pessoa de imediato ao médico por se poder tratar de um eventual acidente vascular cerebral (AVC).

 

Assim, os doentes devem estar em alerta para estes sintomas, sendo que os casos urgentes não se esgotam nestes 6 exemplos, de modo a estarem mais esclarecidos sobre quais as situações em que a ida ao médico não deve esperar.