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Obesidade Infantil

publicado em 28 Jun. 2019

A obesidade é uma doença multifatorial, caraterizada pela acumulação excessiva de gordura corporal. Desses fatores constam desequilíbrios emocionais e hormonais, sedentarismo e maus hábitos alimentares que contribuem para o agravamento da doença e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) pode considerar-se uma epidemia global do século XXI.

 

Com a obesidade a aparecer em idades pediátricas, o número de comorbilidades aumenta, como o aumento do risco de patologias cardiovasculares, o aparecimento da Diabetes Mellitus, Hipertensão, asma entre outras patologias.

 

O desenvolvimento da obesidade resulta num desequilíbrio energético, isto é, o número de calorias ingeridas é superior ao número de calorias gastas. A falta de atividade física juntamente com este desequilíbrio energético são fatores determinantes para o ganho de peso.

 

Para prevenir ou tratar esta doença, é necessário um tratamento não farmacológico, focando-se principalmente em alterações dos hábitos alimentares e no aumento de atividade física regular. O papel do nutricionista é essencial na reeducação da criança e dos pais, sendo responsável pelo diagnóstico e planeamento do tratamento.

 

O tratamento da obesidade infantil é bastante exigente e requer maior regra quer quanto à ingestão em demasia como no gasto de energia insuficiente. Na prática, estimulamos mudanças sustentáveis no estilo de vida da criança, com o auxílio dos seus responsáveis que devem ser os principais exemplos, estimulando a prática de atividade física, facilitando o acesso a alimentos saudáveis e evitando o acesso a “fast food”.

 

A alimentação deve ser equilibrada e adaptada quer à idade, quer ao nível de excesso de peso da criança ou adolescente tendo em conta as suas preferências e costumes familiares. Deve ser baseada nas recomendações nutricionais tendo em conta uma avaliação dos parâmetros antropométricos, não sendo recomendadas dietas restritivas, mas sim dietas isocalóricas, ou ligeiramente hipocalóricas. As alterações alimentares devem incluir a diminuição de gorduras e alimentos açucarados, aumento do teor em fibras, aumentando o consumo de frutas/vegetais e redução de sal.

 

Com isto, os objetivos nutricionais são garantir um desenvolvimento normal, mantendo o aporte de nutrientes essenciais e melhorar ou resolver complicações secundárias associadas ao excesso de peso. Deve-se promover sempre hábitos alimentares saudáveis, começando desde o primeiro ano de vida com o aleitamento materno, sempre que possível não devendo ser utilizado leite de vaca até aos 12 meses. A partir do 5-6 meses deve começar o período de treino de paladares respeitando os volumes das porções, nunca será aconselhável usar o alimento como recompensa ou como punição.

 

Depois do primeiro ano de vida, e quando novos alimentos estão a ser introduzidos na dieta, deve-se ter consciência que os alimentos naturais e frescos são sempre mais saudáveis que os embalados. Dentro das características de uma alimentação saudável é de salientar que não se deve saltar refeições (principalmente o pequeno-almoço), deve-se fazer 5-6 refeições diárias, nas refeições principais incluir legumes ou vegetais e promover atividade física. Todos estes hábitos saudáveis precoces vão ser fatores essenciais para prevenir o excesso de peso ou obesidade no futuro, concluindo assim a importância de criar hábitos alimentares saudáveis o mais cedo possível.