Skip to main content

Sinusite: como prevenir e diminuir os sintomas no Inverno

publicado em 27 Out. 2023

A sinusite é caracterizada pela inflamação dos seios da face e, como há concomitante envolvimento da mucosa nasal com ocorrência de rinite, o termo mais correto para esta condição é de rinossinusite.

 

Conforme a região afetada, classifica-se em rinosinusite maxilar, etmoidal, frontal ou esfenoidal. Caso a progressão dos seus sintomas ocorra por quatro a doze semanas designa-se de rinossinusite aguda, sendo que passa a definir-se como crónica quando os sintomas persistem para além deste período.

Factores causais

As suas causas podem ser infeções virais, bacterianas ou fúngicas, agentes alergénios (pó doméstico, pêlo dos animais, poléns), frio, humidade, poluição ambiental, tabagismo, uso excessivo de descongestionantes nasais, natação, má higiene nasal, doenças autoimunes ou causas anatómicas (traumatismos do nariz, desvios do septo nasal ou pólipos nasais).

 

Clínica

Pode-se apresentar com dor na face (com distribuição para a testa, dentes ou ouvidos) que aumenta ao pressionar estas áreas, com o esforço ou ao dobrar-se, congestão nasal, secreções posteriores, irritação faríngea,  tosse persistente,  diminuição do olfato e, no caso de etiologia bacteriana, dor facial especialmente unilateral, secreções nasais espessas de cor amarela-esverdeada e outros sinais e sintomas como febre persistente e fadiga.

 

Devemos considerar a hipótese de rinossinusite bacteriana, com eventual necessidade de instituição de antibioterapia, caso estes sintomas ocorram após dez dias do início de clínica respiratória superior ou se agravamento dos mesmos dez dias após uma melhoria inicial.

 

Contudo, os seguintes sintomas devem implicar uma avaliação médica urgente, mesmo que presentes há menos de sete dias: febre persistente superior a 39ºC, dor súbita, aguda  e severa na face ou cabeça, dificuldades em ver ou visão dupla, confusão mental, vermelhidão e inchaço em redor dos olhos e rigidez do pescoço.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, com a observação dos sintomas descritos. A confirmação e estudo causal podem ser efetuados através de rinososcopia e TAC dos seios perinasais.

 

Tratamento

O tratamento depende da sua causa, o que implica o estudo multifactorial do doente. Pretende-se restabelecer a normal drenagem das cavidades perinasais e reduzir o risco de evolução para cronicidade e para complicações graves.

 

Engloba o alivio dos sintomas com tratamento sintomático que, embora melhore os desconforto do doente, não diminui a duração da doença, através do uso de analgesia, irrigação nasal com solução salina,  inalações de vapor quente e corticoesteróides nasais. Os descongestionantes nasais podem ser usados temporariamente para aliviar a congestão nasal, mas nunca num período superior a 2-3 dias devido ao risco de congestão rebound (o nariz fica permanentemente congestionado, a não ser que a medicação seja repetidamente usada).

 

Em alguns casos, pode ser necessário o uso de antibióticos, nomeadamente se agravamento dos sintomas, ou realização de cirurgia através das fossas nasais se o tratamento medicamentoso não for eficaz ou se causas anatómicas.

Prevenção

Porque melhor que tratar é prevenir, devem ser adoptadas medidas que contribuam para um bom funcionamento da drenagem nasal, nomeadamente a ingesta abundante de líquidos para fluidificação das secreções, assoar-se delicadamente com frequência, principalmente em doentes que vivam ou trabalhem em ambientes poluídos, e evitar coçar o nariz com as mãos, preferindo o uso de um lenço de papel. Para além disso, o doente deve proteger-se das mudanças de temperatura para o ar muito frio da rua, através do uso de roupa que cubra a área do nariz e boca, devendo também ter atenção ao ar quente e seco dos ar-condicionados, evitando a exposição direta aos mesmos.

 

Na presença de alergias devem ser retirados todos os tapetes e cortinas de casa, nomeadamente do quarto do doente, com eventual estudo das substâncias desencadeadoras e prescrição de vacinas, como as anti-alérgicas ou da gripe.