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Saber para crer: a vacinação contra a COVID-19

publicado em 11 Jan. 2021

Com um vírus mortífero à solta, a atitude anticientífica é perigosa. Crescem as teorias da conspiração sobre a vacinação contra a COVID-19 e no meio da confusão é difícil distinguir a verdade da mentira. E confiar na ciência torna-se difícil. A solução passa por perceber melhor o que é a ciência.

 

CONFIAR NA CIÊNCIA: PORQUÊ?
A ciência usa o método científico. Este consiste em testar uma teoria através de experiências. Os resultados são depois discutidos pela comunidade científica. Não é um método perfeito mas, mais tarde ou mais cedo, os eventuais erros acabam por ser detetados e corrigidos. A ideia é mesmo essa! Na verdade, a ciência pode ser vista com um contínuo “massacre” do conhecimento existente.

 

VACINAÇÃO? SIM! PORQUÊ?
Temos uma vacina para acabar com a pandemia COVID-19. E claro que os receios das pessoas são legítimos. Contudo, ter medo não significa acreditar em mentiras ou teorias da conspiração. Vejamos o que sabemos sobre a vacina:

 

  • É composta por uma molécula de material genético (mRNA) que irá fundir-se com as nossas células para produzir proteínas do coronavírus. Este mRNA acaba por ser destruído dentro de dias. A vacina “genética” não altera os genes humanos.
  • A vacina não transmite a doença. As proteínas produzidas não chegam para criar o vírus na totalidade.
  • Não parece haver reações adversas graves, para além de reações alérgicas. É possível que apresente sintomas semelhantes a uma gripe. Não se preocupe! Apesar de desagradáveis, são sinal deque o seu sistema imunitário está a preparar as suas defesas.
  • Os casos de alergias graves ocorreram sobretudo em doentes com historial de alergia. Estes doentes devem alertar o médico, antes da administração da vacina. Caso surjam sintomas, os profissionais dispõem de meios para tratá-los.
  • A vacina é segura. A rapidez da descoberta não resultou de um aligeirar dos protocolos, mas sim da concentração de esforços de toda a comunidade científica e da enorme disponibilidade de voluntários nos estudos.
  • Estar infetado pela COVID-19 é uma opção mais perigosa, mesmo nos mais jovens. Num estudo com mais de 3000 pessoas entre os 18 e os 34 anos internadas por COVID-19, 20% necessitaram de internamento em cuidados intensivos e 3% morreram 1. Outro estudo, por exemplo, mostrou que uma em cada três pessoas que recuperaram da COVID-19 apresentou sintomas como fadiga, nos meses seguintes 2. Já a vacina apresenta um risco baixíssimo.

 

Nesta nova fase da pandemia, há bons motivos para ter esperança. Informe-se com o seu médico sobre as vantagens da vacinação contra a COVID-19 e desconfie sempre das notícias bombásticas que surgem nas redes sociais que só servem para promover a desinformação.

 

Bibliografia:
1. Cunningham J W. et al, Clinical Outcomes in Young US Adults Hospitalized with COVID-19. JAMA Intern Med. Acedido a 27/12/2020.
2. Tenforde MW et al. Symptom Duration and Risk Factors for Delayed Return to Usual Health Among Outpatients with COVID-19 in a Multistate Health Care Systems Network – United States, March-June 2020. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2020; 69:993-998