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Existe tratamento para a Ejaculação Prematura

publicado em 09 Nov. 2021

A Ejaculação Prematura (EP) é uma das disfunções sexuais masculinas mais comuns e está marcadamente associada a baixa satisfação na relação sexual, a altos níveis de ansiedade pessoal e dificuldade no relacionamento interpessoal, nomeadamente com a parceira sexual. Apesar dos efeitos negativos na qualidade de vida e na satisfação sexual, raramente os médicos questionam os seus doentes sobre saúde sexual e raramente os doentes com esta patologia procuram ajuda médica.

 

A definição atual de EP é baseada em quatro aspetos:
– Tempo de latência intravaginal (IELT)
– Incapacidade de controlo da ejaculação
– Consciência da EP como um problema
– Consistir um problema para o casal

 

A EP pode ser primária ou secundária. A EP primária tem início desde a primeira relação sexual, mantendo-se durante toda a vida, ocorrendo a ejaculação antes da penetração vaginal ou até 1-2 minutos após. A EP secundária é caraterizada pelo aparecimento gradual ou súbito, após uma vivência sexual normal, de um tempo de ejaculação curto. Recentemente, mais duas classificações da EP foram propostas: EP variável natural, caraterizada por ejaculações inconsistentes e irregulares, representando uma variante do normal, e a Disfunção Ejaculatória Tipo Prematura, que é uma perceção subjetiva pelo próprio de que a duração da ejaculação é inferior ao normal.

 

Atualmente, pensa-se que a EP está relacionada com os recetores de serotonina. Mas diversas potenciais explicações foram propostas como causas da EP: genéticas, psicológicas, alterações hormonais, mudanças sensitivas penianas e até prostatite crónica.

 

Há uma lista de questões que deve ser efetuada para avaliação do doente:
– Início da EP
– Se é primária ou secundária
– Definir o IELT
– Grau de controlo que tem da ejaculação
– Em que grau a EP altera a qualidade de vida e impacto que tem na relação,
– Existência de fatores de risco e sintomas de Disfunção Erétil (DE)

 

Em muitos casos a EP causa pouco ou nenhum problema na relação, não sendo necessário tratamento ou eventualmente apenas aconselhamento psicossexual. A disfunção erétil ou outras disfunções sexuais ou infeções genitourinárias (p. ex.: prostatite) devem ser tratadas antes ou, no limite, ao mesmo tempo do tratamento da EP.

 

E quais podem ser os tratamentos?
As terapêuticas comportamentais têm benefícios no tratamento da EP e estão indicadas em doentes que não se sintam
motivados para a terapêutica farmacológica (não recomendadas na EP primária). O uso de anestésicos tópicos para atraso na ejaculação é a terapêutica farmacológica mais antiga para a EP e com resultados satisfatórios para alguns doentes.

 

Os fármacos orais com eficácia comprovada no tratamento da EP incluem os antidepressivos, a clomipramina, o tramadol, os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 e a dapoxetina (este último o único fármaco aprovado para tratamento da EP).

 

Se sofre deste problema, não hesite em procurar ajuda médica, pois existe tratamento.