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Como tratar a Urticária?

publicado em 23 Fev. 2022

A urticária é uma doença que se manifesta, clinicamente, pelo aparecimento súbito de manchas e pápulas eritematosas, muito pruriginosas, vulgarmente conhecidas como “babas”.

A urticária é uma doença dermatológica frequente, estimando-se que até 20% da população geral experiencie um episódio ao longo da vida. É um motivo recorrente de ida ao serviço de urgência e à consulta de Dermatologia. Manifesta-se, clinicamente, pelo aparecimento súbito de manchas e pápulas eritematosas, muito pruriginosas, vulgarmente conhecidas como “babas”. Estas podem surgir em qualquer parte do corpo e desaparecem em minutos ou horas (por regra, até 24 horas), sem deixar qualquer marca na pele. Por vezes, pode ocorrer edema dos lábios ou pálpebras de forma mais duradoura, designando-se por angioedema.

 

A urticária classifica-se em urticária aguda, se os sintomas tiverem uma duração inferior a 6 semanas, ou crónica, se a duração for superior. A urticária aguda, de longe a mais frequente, pode relacionar-se com episódios de infeções (gastrointestinais, respiratórias, urinárias), utilização de fármacos (antibióticos, anti-inflamatórios), picadas de insetos, contacto direto com certos alergénios ou, mais raramente, consumo de determinados alimentos. A urticária crónica, por sua vez, subdivide-se em urticária crónica indutível, se um fator causal exógeno for identificado (por exemplo, frio, calor, exercício físico, pressão, vibração) e em urticária crónica espontânea, quando não se identifica qualquer estímulo externo que desencadeie os sintomas. Apesar de a urticária aguda ser mais frequente, a urticária crónica tem um impacto muito mais significativo na qualidade de vida, pela persistência das lesões ao longo do tempo e imprevisibilidade do seu aparecimento.

 

A realização de uma história clínica detalhada e um exame físico completo são essenciais na determinação de fatores desencadeantes das lesões de urticária. Nos casos em que é identificado um fator precipitante, o mesmo deve ser evitado. Nos casos de urticária crónica espontânea, deverá ser realizado um estudo analítico e, se necessário, determinados exames complementares, com o objetivo de excluir algumas doenças que possam estar associadas.

 

A abordagem terapêutica da urticária baseia-se num tratamento sintomático, tendo como objetivo o alívio dos sintomas.  Os fármacos de primeira linha são os anti-histamínicos, podendo haver necessidade de recorrer a outras classes de medicamentos, em casos selecionados. Apesar de a urticária crónica acabar por resolver espontaneamente na maioria dos doentes, em cerca de 30% dos casos persiste além dos 5 anos, apresentando um impacto considerável na qualidade de vida.

 

O dermatologista é o especialista de eleição para o diagnóstico e acompanhamento dos doentes com urticária, uma doença potencialmente debilitante. Consulte o seu dermatologista!