Skip to main content

É diabético? E hoje, já observou os seus pés?

publicado em 21 Jan. 2022

A diabetes mellitus é, a nível mundial, um problema de saúde pública. Poderá dizer-se até que é quase uma doença epidémica, que atinge 537 milhões de pessoas no mundo. Entre 2019 e 2021, o número de casos aumentou 16%, ou seja, um em cada dez adultos tem diabetes. A estimativa é que em 2045 sejam 783 milhões de diabéticos em todo o Mundo.

 

O pé diabético é uma das complicações mais comuns e assume particular importância, uma vez que é preditor de amputações nos membros inferiores. Portugal é o País com maior número de casos de pé diabético e de amputações da Europa.

 

Mas, afinal, o que é o pé diabético e como preveni-lo?

 

Define-se como um estado de ulceração, infeção ou destruição dos tecidos do pé (abaixo dos maléolos), associado a
graus variáveis de neuropatia e à patologia isquémica dos membros inferiores, como define a Organização Mundial de Saúde. Ou seja, as pessoas com diabetes são mais suscetíveis a desenvolver infeções nos pés, devido à neuropatia (alteração da sensibilidade) e à angiopatia (alteração da circulação sanguínea), que constitui a base mais importante das alterações.

 

Medidas preventivas, tais como a observação regular dos pés, a educação do doente e dos seus familiares e o tratamento multidisciplinar das lesões ulcerosas dos pés, poderão reduzir as taxas de amputação em cerca de 49-85%, o que enfatiza evidentes ganhos em saúde.

 

Os melhores conselhos que podemos dar são que deve observar os pés diariamente e recorrer de imediato ao podologista quando identificar qualquer alteração (ferida, corte, unhas encravadas, alteração da cor). A higiene é fundamental, assim como a secagem suave com uma toalha macia e especial cuidado entre os dedos. Após a lavagem, deverá aplicar um creme hidratante. Deve escolher um calçado com uma base larga, sem costuras interiores e que tenha mais 1 cm para além do dedo mais comprido. Antes de o calçar, deve passar a mão pelo seu interior, com o objetivo de detetar eventuais irregularidades. O uso de chinelos ou sandálias é desaconselhado, já que a exposição do pé é maior e os riscos aumentam. Os pés não devem ser colocados “de molho” em água quente, porque a pele fica fragilizada e predisposta a feridas. É também totalmente desaconselhado o uso de botijas de água quente perto dos pés. As unhas devem ser limadas a direito, de preferência com uma lima de cartão. Na presença de calos e calosidades, estes devem ser tratados pelo podologista, estando totalmente contraindicado o uso de calicidas ou tratamentos pelo próprio em casa.

 

É importante o tratamento de onicocriptoses (unhas encravadas), onicogrifoses (unhas muito grossas) e onicomicoses (micose nas unhas), verrugas plantares, dermatomicoses e queratopatias (calos e calosidades), reduzindo o risco de lesões por conflito, por exemplo, pelo calçado ou por hiperpressão local. O ensino para calçado adaptado, a avaliação e aplicação de tratamentos ortopodológicos adaptados, como próteses e ortóteses adequadas ao pé, têm como objetivo melhorar a morfologia, a funcionalidade e prevenir deformidades do pé.

 

A pandemia travou o rastreio ao pé diabético. Em 2020, houve menos 118mil e 34 exames, assim como o portal do SNS comprova. A prevenção é o melhor remédio! O Podologista está consigo e disposto a ajudá-lo. Faça o seu exame regular aos pés. Consulte o Podologista!