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O que deve saber sobre a tiroide

publicado em 05 Set. 2017

Quando se fala de doenças tiroideias, é importante saber que nos estamos a referir a um grupo de doenças bastante comuns e mais frequentes na mulher do que no homem.

 

A tiroide é uma glândula e como tal produz as hormonas tiroideias, a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina (T4 ou tiroxina), que são substâncias químicas que atuam como mensageiros e reguladores de funções do organismo. Por sua vez, a tiroide e a produção das hormonas tiroideias é regulada de forma direta pela hormona TSH produzida pela hipófise.

 

As hormonas tiroideias são transportadas pela corrente sanguínea a todas as células do organismo influenciando o seu metabolismo. Contribuem para a regulação da temperatura corporal, da frequência cardíaca, da tensão arterial, do funcionamento intestinal, do controlo do peso, dos estados de humor, entre muitas outras funções.

 

As alterações da função tiroideia causam alterações nesta atividade reguladora com o surgimento de sinais e sintomas que contribuem para a suspeita de patologia tiroideia. O exame físico com a palpação cervical e da região tiroideia é a outra atitude, mediante a existência de alterações, que contribui para a suspeita de patologia tiroideia. No entanto, é importante saber que apenas a clínica e o exame físico, não são suficientes para o diagnóstico da patologia tiroideia, sendo essencial a realização de estudo funcional tiroideu, com o doseamento das hormonas tiroideias e da hormona que regula a sua função, a TSH, e a realização de estudo ecográfico, para deteção de alterações da estrutura tiroideia, nomeadamente a existência de alterações do tamanho da glândula e a existência de nódulos, mas também a existência de determinadas características ultrassonográficas que possam orientar para o diagnóstico provável.

 

Embora complexa e com inúmeras hipóteses de diagnóstico, podemos dizer que a patologia tiroideia se poderá enquadrar em 3 grupos distintos: a patologia autoimune (causada por anticorpos dirigidos contra a própria tiroide e que a podem estimular ou destruir); a patologia funcional (independentemente da causa a tiroide produz hormonas a mais – hipertiroidismo –, ou a menos – hipotiroidismo); e a patologia estrutural em que a estrutura tiroideia está alterada quer seja pelo surgimento de nódulos quer seja pelo aumento difuso da glândula.

 

O tratamento e orientação terapêutica deverão ser dirigidos a cada situação em particular, após a sua caracterização adequada e poderá ser apenas medicamentoso ou também cirúrgico.

 

No caso de tratamento cirúrgico deve ser dada atenção a extensão da cirurgia mas também as particularidades da glândula tiroideia principalmente as suas relações com variadas estruturas, nomeadamente com as glândulas paratiroides, que são responsáveis pelo controlo do metabolismo do cálcio, e com o nervo laríngeo recorrente responsável pelo controlo das cordas vocais além de estruturas vasculares importantes. Estas relações são muito importantes em caso de tratamento cirúrgico, pois a lesão destas estruturas poderá implicar danos muito graves e por vezes permanentes no doente.

 

Em conclusão deverá ser dito e realçado que a abordagem diagnóstica e terapêutica da patologia tiroideia, devido a sua especificidade e particularidades deverá ser efetuada por equipas experientes e dedicadas compreendendo Endocrinologistas, Radiologistas e Cirurgiões.